O projeto "PEQUENOS PESSOAS" é um programa anual
letivo destinado às crianças do 1º ciclo realizado em sessões que vão de 1 hora
e meia a duas em escolas selecionadas. Tem como objetivo a sensibilização para
a importância da língua portuguesa, pretendendo-se através de experiências de
caráter lúdico-didático incluir o gosto pela leitura e pela escrita
incentivando a criatividade em torno de Fernando Pessoa, favorecendo e
estimulando o desenvolvimento emocional.
quinta-feira, 28 de junho de 2012
sábado, 23 de junho de 2012
500 anos do Teatro Português
Monumento dedicado aos 500 anos do Teatro Português e a Gil
Vicente, inaugurado em 2003.
Escultura composta por várias máscaras de autoria de Irene
Vilar.
Localizada em Guimarães também conhecida como o “Berço da
Nação Portuguesa.
sexta-feira, 22 de junho de 2012
quinta-feira, 21 de junho de 2012
quarta-feira, 20 de junho de 2012
terça-feira, 19 de junho de 2012
Adivinhem o quanto nos amamos...
Eu e Clara temos uma forma de comunicação baseada na
historinha infantil “Adivinha o quanto te amo”. Vez em quando nos comunicamos,
por SMS, medindo a distância do nosso amor.
Ontem após 27 dias em Berlin nos reencontramos. Depois do
abraço de saudade ela retira da bolsa uma caixa de chocolates acompanhada de
cartões postais baseados na historinha que faz parte da nossa relação. Presente
escolhido juntamente com o cartão que segundo ela tem a minha cara.
Gratificante ler a dedicatória:
“Meu amor,
Conhecer Berlin foi um presente incrível. Dar-me férias de
verdade, viver um mês em uma cidade tão distante, tão acolhedora e aprender com
seu modo de vida me fez muito bem.
Bom para repensar minhas expectativas, perspectivas para
esse momento de vida, bom para desejar voltar logo. A distância da rotina nos
permite avaliá-la muito melhor. Com mais lucidez.
Berlin é vento, é mistura, é arte, é noite, é silêncio,
educação, funcionalidade, qualidade de vida.
Uma experiência muito válida.
Obrigada pelo apoio em mais uma conquista.
Obrigada por ser suporte com tanto amor.
Adivinha o quanto eu te amo?
Clara
18/06/2012”
Pra você filha amada deixo um poema que tema nossa “cara”.
Epifania
Entre nós
desvios
desvão
degraus.
Mas sei que
pela porta aberta
teu coração
fabrica para mim
pequenas alegrias.
Entre nós
harmonias.
Vera Americano, In Arremesso livre
segunda-feira, 18 de junho de 2012
Tragédia do Mar
Escultura em homenagem aos
pescadores e as suas famílias, vítimas do naufrágio de 1º para 2 de Dezembro de
1947.
Feita a partir de uma pintura do
Mestre Augusto Gomes que retrata de forma superior a “Tragédia do Mar”.
José João Brito – Escultor
Praia de Matosinhos, Portugal
domingo, 10 de junho de 2012
Containers poéticos
Em Porto de Leixões, Matosinhos, Portugal, os containers
exibem fragmentos de “Ode Marítima” de Álvaro de Campos, heterônimo de Fernando
Pessoa.
quinta-feira, 7 de junho de 2012
Marianna
Foto: Marcela Vaz
Marianna
Gostaríamos de
estar ao seu lado, hoje, para abraçar-lhe pelo seu aniversário. Mas estamos
longe e nosso carinho segue virtualmente.
Um ano, dois,
três, quinze anos passaram...nossa alegria é imensa em poder acompanhar seu
crescimento físico e seu amadurecimento emocional.
Tenha certeza que
você é especial, carregue com você esse sentimento, essa sensação, todos os
dias.
Diariamente
celebre o dom da vida e viva atenta e apaixonadamente cada momento da sua existência.
Que você seja da
alegria sempre uma aprendiz.
Sua vida é um
grande dom para todos nós que lhe queremos bem.
Receba nosso
abraço fraterno.
Feliz
aniversário!!
Família Carvalho
terça-feira, 5 de junho de 2012
Férias....
Botou a tristeza na coleira
E saiu para dar uma volta no
quarteirão.
Porque tristeza,
Se fica muito tempo sem passear,
Acaba mordendo a gente.
Porque tristeza,
Se fica muito tempo sem passear,
Acaba mordendo a gente.
André Gonçalves
Partindo de férias, levando a tristeza para passear e renovar as energias.
Até breve.
domingo, 3 de junho de 2012
Sobre Fernando Pessoa
Sobre Fernando Pessoa
Era um homem que sabia idiomas e fazia versos. Ganhou o pão
e o vinho pondo palavras no lugar de palavras, fez versos como os versos se
fazem, como se fosse a primeira vez. Começou por se chamar Fernando, pessoa
como toda a gente. Um dia lembrou-se de anunciar o aparecimento iminente de um
super-Camões, um camões muito maior que o antigo, mas, sendo uma pessoa
conhecidamente discreta, que soía andar pelos Douradores de gabardina clara,
gravata de lacinho e chapéu sem plumas, não disse que o super-Camões era ele
próprio. Afinal, um super-Camões não vai além de ser um camões maior, e ele
estava de reserva para ser Fernando Pessoas, fenómeno nunca visto antes em
Portugal. Naturalmente, a sua vida era feita de dias, e dos dias sabemos nós que
são iguais mas não se repetem, por isso não surpreende que em um desses, ao
passar Fernando diante de um espelho, nele tivesse percebido, de relance, outra
pessoa. Pensou que havia sido mais uma ilusão de óptica, das que sempre estão a
acontecer sem que lhes prestemos atenção, ou que o último copo de aguardente
lhe assentara mal no fígado e na cabeça, mas, à cautela, deu um passo atrás
para confirmar se, como é voz corrente, os espelhos não se enganam quando
mostram. Pelo menos este tinha-se enganado: havia um homem a olhar de dentro do
espelho, e esse homem não era Fernando Pessoa. Era até um pouco mais baixo,
tinha a cara a puxar para o moreno, toda ela rapada. Com um movimento
inconsciente, Fernando levou a mão ao lábio superior, depois respirou fundo com
infantil alívio, o bigode estava lá. Muita coisa se pode esperar de figuras que
apareçam nos espelhos, menos que falem. E porque estes, Fernando e a imagem que
não era a sua, não iriam ficar ali eternamente a olhar-se, Fernando Pessoa
disse: “Chamo-me Ricardo Reis”. O outro sorriu, assentiu com a cabeça e
desapareceu. Durante um momento, o espelho ficou vazio, nu, mas logo a seguir
outra imagem surgiu, a de um homem magro, pálido, com aspecto de quem não vai
ter muita vida para viver. A Fernando pareceu-lhe que este deveria ter sido o
primeiro, porém não fez qualquer comentário, só disse: “Chamo-me Alberto
Caeiro”. O outro não sorriu, acenou apenas, frouxamente, concordando, e foi-se
embora. Fernando Pessoa deixou-se ficar à espera, sempre tinha ouvido dizer que
não há duas sem três. A terceira figura tardou uns segundos, era um homem
daqueles que exibem saúde para dar e vender, com o ar inconfundível de
engenheiro diplomado em Inglaterra. Fernando disse: “Chamo-me Álvaro de
Campos”, mas desta vez não esperou que a imagem desaparecesse do espelho,
afastou-se ele, provavelmente tinha-se cansado de ter sido tantos em tão pouco
tempo. Nessa noite, madrugada alta, Fernando Pessoa acordou a pensar se o tal
Álvaro de Campos teria ficado no espelho. Levantou-se, e o que estava lá era a
sua própria cara. Disse então: “Chamo-me Bernardo Soares”, e voltou para a
cama. Foi depois destes nomes e alguns mais que Fernando achou que era hora de
ser também ele ridículo e escreveu as cartas de amor mais ridículas do mundo. Quando
já ia muito adiantado nos trabalhos de tradução e poesia, morreu. Os amigos
diziam-lhe que tinha um grande futuro na sua frente, mas ele não deve ter
acreditado, tanto assim que decidiu morrer injustamente na flor da idade, aos
47 anos, imagine-se. Um momento antes de acabar pediu que lhe dessem os óculos:
“Dá-me os óculos” foram as suas últimas e formais palavras. Até hoje nunca
ninguém se interessou por saber para que os queria ele, assim se vêm ignorando
ou desprezando as últimas vontades dos moribundos, mas parece bastante
plausível que a sua intenção fosse olhar-se num espelho para saber quem
finalmente lá estava. Não lhe deu tempo a parca. Aliás, nem espelho havia no
quarto. Este Fernando Pessoa nunca chegou a ter verdadeiramente a certeza de quem
era, mas por causa dessa dúvida é que nós vamos conseguindo saber um pouco mais
quem somos.
José Saramago, Outros cadernos de Saramago
sexta-feira, 1 de junho de 2012
Vamos feliçar?
Ilustração:
Kun Fruzsi
ESCOLHENDO OS VERBOS
Sou eu que faço
você sofrer?
Ou é você que sofre
por minha causa?
Ou, ainda, é você
que sofre por sua própria causa?
Chegar a essa
pergunta (leva anos e anos)
é essencial na
relação de amor.
A resposta
demandará muito tempo, sofrimento,
e em cada caso será
diferente.
Mas, se encontrada,
melhorará qualquer relação
ou constatará o seu
término.
Proponho, como
exercício, uma atitude de troca.
Sim, troca de
palavras.
Onde se lê sofrer,
leia-se feliçar
(por que felicidade
não tem verbo?).
A pergunta, então,
ficaria assim:
“Sou eu que faço
você feliz ou é você que
feliça (eu feliço,
tu feliças...) por minha causa?
Curiosa e
masoquista a vida.
O verbo sofrer é
complicado.
Feliçar é simples,
Por que a gente
prefere conjugar o sofrer?
Artur da Távola
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